A finlandesa Sanna Ryynänen é socióloga e trabalha como professora na University of Eastern Finland, e na Academia de Teatro da Universidade de Artes, em Helsinque. Apaixonada por teatro, especialmente como um espaço político e social, morou no Brasil em sua infância, onde aprendeu o idioma português. Colabora com a SP Escola de Teatro há alguns anos e, em novembro, estará no Brasil trabalhando conosco.
Cinéfila, fui pedir a ela que fizesse uma seleção dos filmes nórdicos que participam desta 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Eis a seleção de Sanna:
1) AURORA, de Miia Tervo
O primeiro longa-metragem da finlandesa Miia Tervo trata temas complexos (alcoolismo, racismo) de maneira leve e divertida, mas que toca o coração e a alma com o seu olhar gentil e afiado. Aurora é uma comédia romântica que vai muito além. Me lembro saindo do cinema sorrindo e chorando ao mesmo tempo. Um detalhe: o iraniano Darian é interpretado pelo diretor e escritor Amir Escandari, nascido no Irã, mas que vive na Finlândia, e que dirigiu um documentário de longa-metragem, “Pixadores”, sobre arte de rua em São Paulo, que esteve na programação da 39ª Mostra.
2) UM DIA MUITO CLARO, de Hlynur Pálmason
Conheci o trabalho de Hlynur Pálmason através do filme “Irmãos do Inverno”, apresentado na 41ª Mostra, e me tornei imediatamente fã de seu estilo: forte, vagaroso, visual. “Um dia muito claro” continua afiando o seu estilo que tem a natureza nórdica como componente central. O filme encanta com a sua intensidade silenciosa, que acontece muito mais na mente do protagonista, que na tela.
3) OLEG, de Juris Kursietis
Oleg é um dos filmes que quis assistir no Helsinki International Film festival Love & Anarchy este ano, mas não se encaixou na minha agenda. Acabei vendo depois. É um filme pesado, que mostra uma outra Europa, com suas injustiças e desigualdades.