FESTIVAL DRAMATURGIAS EM TEMPO DE ISOLAMENTO
O evento reunirá, em uma maratona cultural on-line gratuita, a encenação de 12 textos inéditos, escritos especialmente para o Festival, além de palestras sobre a dramaturgia contemporânea.
EVENTO ON-LINE: 26 a 28 de fevereiro (6ªf a domingo)
ONDE RETIRAR INGRESSO E ASSISTIR: https://www.sympla.com.br/espacodigitaldossatyros
O Festival “Dramaturgias em Tempo de Isolamento” acontecerá durante três dias, com a apresentação de doze espetáculos curtos inéditos e três palestras para discutir a escrita teatral nos dias de hoje, de forma on-line.
O evento surge como forma de valorizar a dramaturgia como pilar fundamental no diálogo sobre o tempo em que se vive. Para isso, foram convidados doze nomes da dramaturgia contemporânea, que escreveram textos especialmente para o festival. São eles: Alice Rocha, César Baptista, Diego Fortes, Dione Carlos,Fernanda D´Umbra, Gabriela Mellão, Manfrin, Maria Giulia Pinheiro, Miguel Arcanjo Prado, Paula Autran, Sérgio Roveri e Túlio Paniago.
O isolamento, que acontece em vista da pandemia do COVID-19, mudou as formas de interação e sociabilização entre as pessoas. O mundo mudou. O surgimento do termo “novo normal” reforça esse acontecimento e lança um olhar para o que já se vive e para o que ainda está por vir.
Durante séculos, as questões antropológicas vêm sendo respondidas através da arte e da cultura, que sempre tiveram poder transformador para com a visão de mundo, ao jogarem uma lupa para os milhares de fragmentos desse espelho rompido chamado identidade. E para discutir os novos caminhos da dramaturgia, a partir do panorama da sociedade atual e, ainda, sobre as dramaturgias a serem apresentadas no Festival, uma conversa com Alessandro Toller, Maria Shu e Vana Medeiros, para encerrar a programação de cada dia.
No elenco das encenações: Renato Borghi, Clovys Tôrres, Eucir de Souza, Carlos de Niggro, Eduardo Silva, Débora Veneziane, Pedro Lopes, André Lu, Elisa Barboza, Fábio Penna, Fabiola Karen, Waltair França, André Souza, Ismael Diniz, Andreel Ferreira, Fernanda D’Umbra, Lianna Matheus, Luna Martinelli, Kaique Theodoro, Ingrid Soares, Marcia Dailyn, Carol Hubner, Juan Manuel Tellategui, Giovanna Barros, Michel Nader, Hugo Bispo, Malu Frizzo e Fernando Belo.
E na direção, nomes como Gabriela Mellão, Raphael Garcia, Diego Fortes, Nicole Puzzi, Eliane Gomes Fonseca, Rafael Cerigato, Guilherme Junqueira, Danilo P Marques, Manfrin, Eduardo Martini, Malu Frizzo, Clarissa Campolina e Fernando Belo.
OS SATYROS NA PANDEMIA
Com o período de isolamento, o monólogo de Ivam Cabral, “Todos Os Sonhos do Mundo”, passou a ser apresentado de modo on-line, em temporada regular, pelo Instagram. Esse foi o pontapé inicial para o surgimento do Espaço Satyros Digital, que passou a receber os espetáculos digitais da companhia, concebidos na plataforma Zoom.
A pioneira “A Arte de Encarar o Medo”, criada e apresentada em 2020, recebeu três montagens: as versões brasileira, afro-europeia e norte-americana, todas dirigidas e ensaiadas remotamente pelo diretor brasileiro Rodolfo García Vázquez, e vistas por mais de 30.000 pessoas pelo mundo. As duas versões internacionais, chamadas “The Arte Of Facing Fear”, reuniram em suas montagens 10 países de 4 continentes (Brasil, EUA, Inglaterra, Senegal, Nigéria, Cabo Verde, África do Sul, Zimbabwe, Alemanha, Suécia). Foram vencedoras dos Prêmios de Melhor Espetáculo e Melhor Elenco no festival indiano Red Curtain, de Calcutá, e indicadas em seis categorias ao BroadwayWorld de Los Angeles, incluindo Melhor Espetáculo, Elenco e Direção.
A cia Os Satyros, uma das mais ativas durante a pandemia (estreou 10 espetáculos on-line, além de realizar o festival Satyrianas em formato digital, com mais de 400 atrações, em 2020), é também uma das mais antigas e importantes em São Paulo, já produziu em 32 anos mais de 100 espetáculos, se apresentou em 27 paísese ganhou mais de 100 prêmios – incluindo os maiores do teatro brasileiro, como APCA, Shell, Mambembe, APETESP e Governador do Estado de São Paulo.
Confira a programação completa do Festival Dramaturgias em Tempo de Isolamento:
Sexta-Feira, 26 de março.
17h – Restos do Confinamento, de Gabriella Mellão
Direção e Cenário: Gabriela Mellão
Elenco: Clovys Tôrres e Eucir de Souza
Sinopse: A obra faz um retrato impreciso da vitalidade reminiscente do homem, a partir das projeções de figuras espectrais que gozam a liberdade encarceradas em seus lares, reafirmando a plenitude de suas existências desprovidas de sensibilidade e movimento.
18h – O amor é uma ilha, de Maria Giulia Pinheiro
Direção: coletiva
Elenco: Débora Veneziane e Pedro Lopes
Sinopse: Um ex-casal de atores se inscreve em um edital de auxílio emergencial para artistas e precisa fazer um curta-metragem com poucos recursos. A única história que conseguem contar é a deles mesmos, por mais que se esforcem em outras narrativas.
19h – Grand Pas de Deux, de César Baptista
Direção: Raphael Garcia
Elenco: Carlos de Niggro e Eduardo Silva
Sonoplastia: Tâmara David
Direção de arte: Marco Antônio Fera
Técnica de Palco Digital: Lisandra Poianas
Sinopse: Sobrinho faz vídeo chamada com seu tio, um bailarino aposentado e professor de ballet, para ajudá-lo a receber uma homenagem da escola de dança, onde ele começou sua carreira. Enquanto se preparam para o evento online, suas reminiscências e a distância os aproximam de forma decisiva.
20h – Câmbio, de Diego Fortes
Direção: Diego Fortes
Atuação: Renato Borghi
Composição Musical: Gilson Fukushima
Direção de Fotografia: Luísa Bonin
Consultoria Dramatúrgica: Luci Collin
Sinopse: Uma voz faz transmissões radiofônicas diárias contando histórias na intenção de se conectar com quem possa ouvir.
23h – Palestra com Alessandro Toller
Reflexões sobre as dramaturgias apresentadas nas encenações no dia, além de discussões sobre a escrita em tempo de isolamento.
Sábado, 27 de março.
17h – Dragão vermelho move o mar azul, de Dione Carlos
Direção: Nicole Puzzi
Elenco: André Lu, Elisa Barboza e Fábio Penna
Sinopse: Dois homens pescam em alto-mar, observados por uma narradora onisciente. No lugar de peixes, uma sombra amarela na água e a tentativa de descobrir o que é aquilo.
18h – Exóticos, de Túlio Paniago
Direção: Eliane Gomes Fonseca e Rafael Cerigato
Elenco: Fabiola Karen, Waltair França, André Souza, Ismael Diniz e Andreel Ferreira
Cenografia: Débora Cometti e Robson Oliveira
Iluminação: Xico Macedo
Sonoplastia: Carlos Awire
Produção: Gustavo Teixeira
Sinopse: Exótico vem do grego Exótikós, que significa “alguém de fora, estrangeiro”. Já a palavra “estrangeiro” deriva do francês arcaico estrangier, que por sua vez se origina do latim extraneus (estranho). A conotação de exótico, portanto, está relacionada à ideia de estranhamento, de algo ou alguém que eu não posso compreender justamente por ser alheio a mim. Este termo é frequentemente usado em contextos artísticos. Mas, afinal, o que seria artisticamente exótico?
19h – Amor de Monstra, de Fernanda D´Umbra
Direção e Vídeo: Guilherme Junqueira
Elenco: Fernanda D’Umbra
Sonoplastia: Pedro Ribeiro
Caracterização: Laerte Késsimos
Operação de áudio: Pedro Ribeiro e Paula Silva
Sinopse: Amor de Monstra narra a história de uma monstra que mora num prédio de apartamentos no centro de São Paulo.
20h – Uma ponte para o impossível, de Paula Autran
Direção: Danilo P Marques
Elenco: Lianna Matheus e Luna Martinelli
Sinopse: Em um futuro não muito distante, duas mulheres dão depoimentos públicos para o memorial virtual de um homem com o qual viveram intensas histórias de amor.
23h – Palestra com Vana Medeiros
Reflexões sobre as dramaturgias apresentadas nas encenações no dia, além de discussões sobre a escrita em tempo de isolamento.
Sábado, 27 de março.
14h – Cartas Para (Ti), de Manfrin
Direção: Manfrin
Elenco: Kaique Theodoro, Ingrid Soares e Marcia Dailyn
Direção de Vídeo: Vinicius Oliveira (Direção de Vídeo)
Sinopse: Em cena online teremos: uma que para e um que anda. Talvez não se faça cena, mas se faça vida em registro e trans(missão) duracional. Em uma tentativa frustrada de dar voz ao tempo. Justo essa deusa tão discreta, mas perversa. Sábia. Voraz. Contamos a história de uma Mãe que sempre para, de um Filho que sempre anda e uma travesti grávida.
15h – Cápsula do Tempo, de Miguel Arcanjo Prado
Direção: Eduardo Martini
Elenco: Carol Hubner e Juan Manuel Tellategui
Direção de Produção e trilha: Miguel Arcanjo Prado
Produtor e operador técnico: Rodrigo Barros
Videoarte: Henrique Mello
Fotografia e vídeo: Edson Lopes Jr.
Sinopse: Um achado num velho baú em São Paulo em 2020 é uma cápsula do tempo que leva a Buenos Aires nos anos 1980.
16h – Tô me guardando pra quando?, de Alice Rocha
Direção: Malu Frizzo
Elenco: Giovanna Barros, Michel Nader, Hugo Bispo e Malu Frizzo
Cenografia e figurino: Bianca Leiva
Sonoplastia: Hugo Bispo
Produção e operação: Gabriel Tunes
Sinopse: Um baile de máscaras virtual. Entre marchinhas e fantasias improvisadas, um grupo de amigos se reúne para um baile improvisado. Conversam sobre suas vidas e situações cotidianas, enquanto a peste baila solta pelas ruas no país do improviso.
17h – Ano da Friagem, de Sérgio Roveri
Direção: Clarissa Campolina e Fernando Belo
Elenco: Fernando Belo
Trilha sonora: Fernando Belo
Desenho de luz: Clarissa Campolina
Projeções e cenário: Clarissa Campolina e Fernando Belo
Diretor técnico de performances digitais: Rodrigo Fischer
Sinopse: Em uma pequena cidade à beira-mar, a chegada da pandemia do coronavírus é narrada pelo olhar ingênuo e poético de um garoto de 12 anos, que testemunha a morte do avô sem ter dimensão do alcance da doença
20h – Palestra com Maria Shu
Reflexões sobre as dramaturgias apresentadas nas encenações no dia, além de discussões sobre a escrita em tempo de isolamento.
SERVIÇO
Quando: 26, 27 e 28 de março
Onde: No Espaço Satyros Digital, da Sympla – www.sympla.com.br/espacodigitaldossatyros
FICHA TÉCNICA DO EVENTO
Idealização e Curadoria: Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez
Coordenação Geral: Gustavo Ferreira
Produção Geral: Diego Ribeiro e Silvio Eduardo
Produção Executiva: Janna Julian
Designer Gráfico: Henrique Mello