Com apenas 34 anos e dois livros na bagagem, Samanta Schweblin é argentina e, traduzida para o inglês, alemão, holandês, húngaro, italiano, francês, sueco e sérvio, foi considerada pela revista britânica Granta uma das melhores escritoras de língua espanhola da atualidade.
Apontada pelo jornal El Mundo como uma das “vozes mais potentes da nova narrativa argentina”, Samanta foi definida por Mario Vargas Llosa como “um dos talentos mais promissores da atual literatura argentina”.
Samanta Schweblin escreveu – e eu acabei de ler – “Pássaros na Boca”, com tradução de Joca Reiners Terron, seu segundo livro, publicado originalmente em 2008 e recém lançado no Brasil pela Benvirá.
Dezoito contos compõem o livro que flerta o tempo todo com o realismo fantástico – embora a autora recuse o rótulo e defina seu estilo como hiperrealismo –, em narrativas e desdobramentos extraordinários. Cinematográfico, com ritmo acelerado e imagens fortes, Samanta quase sempre deixa para nós, leitores, a conclusão de suas histórias.
No conto “Mulheres Desesperadas”, a história de Felicidad, a noiva abandonada à beira da estrada que “na escuridão plana do campo só existe desilusão e um vestido de noiva” e que, sentada em uma pedra passa o tempo “retirando do bordado do vestido grãos de arroz”, emociona e surpreende.
Em outro conto, “Pássaros na Boca”, que dá título à obra, Sara, a filha adolescente, come pássaros vivos. Admirável, no entanto, como Martin, o pai, acompanha o drama da garota. Perturbador e insólito, a esquisitice soa corriqueira.
Obrigatório, um dos grandes lançamentos do ano.
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– Clique aqui e conheça o conto “Pássaros na Boca”, com tradução de Roberto Pelli e Douglas Duarte;
– aqui para ler “Mulheres Desesperadas”;
– ou aqui, para assistir a entrevista de Samanta Schweblin para o programa Globo News Literatura.
“PÁSSAROS NA BOCA”, SAMANTA SCHWEBLIN
Benvirá