CRÍTICA: UM CABARÉ PARA CHAMAR DE SEU

A peça realmente é um espanto no trato do admirável mundo tecnológico novo em que vivemos.

por Darlon Silva

Enquanto todo mundo só falava da adaptação do musical Cabaret (que eu amo) com a Cláudia Raia no papel de Sally Bowles (que já foi da musa/diva Liza Minelli), parti para Sampa para assistir à peça Cabaret Stravaganza na companhia Os Satyros (ainda contarei sobre a segunda peça que vi lá: “Satyricon”). Interessado primeiramente pela sinopse, pelo texto de uma amiga dramaturga de Facebook, Maria Shu, e ouvindo as experiências que minha amiga Nicole teve quando assistiu o Cabaret Stravaganza, eu fiquei curioso e me dispus a ver a tal peça.

Fui, vi, me assombrei, gostei, compartilhei e acabei levando mais gente comigo. Não vou soltar nenhum spoiler, mas a peça realmente é um espanto no trato do admirável mundo tecnológico novo em que vivemos. Trata das nossas relações tão íntimas com a máquina e como isso pode dar um nó nas nossas já tão informatizadas cabecinhas. A peça ainda perpassa pela discussão sobre os gêneros humanos, a adaptação ao corpo e nossa imagem na sociedade mas tudo de uma forma fragmentada e veloz, em um mix de cenas bastante impressionantes.

A iluminação é um destaque à parte, fantástica, envolvente, por vezes até mesmo intimidadora (levou o prêmio Shell recentemente). A trilha sonora faz o coração acelerar. Os atores parecem em uma sintonia incrível e o texto da querida Maria Shu é de uma assertividade e força tremendas e parece ter sido feito especificamente para cada ator, em cada momento.

Deixo aqui algumas informações pra você que tem a oportunidade de assistir (parece que fica em cartaz somente até o fim desse mês). De preferência, leve alguém que você ame/tenha carinho junto. E depois reflitam sobre o que viram, é sensacional!

ONDE? No Os Satyros 1, praça Roosevelt. Acesse aqui pra se informar sobre ingressos, horários e etcéteras!

 Fonte: Dichavando a Vida, 18 de abril de 2012

Ator, roteirista e cineasta. Co-fundador da Cia. Os Satyros e diretor executivo da SP Escola de Teatro.
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