TEMPORADA | Peça em São Paulo reveza elenco e traz sessão com ‘escolha de personagens’

Adaptação de García Lorca do grupo Os Satyros traz três formatos ao público em esquema inédito na capital de São Paulo; temporada vai até 10 de novembro

 

A Casa de Bernarda Alba, clássico do espanhol Federico García Lorca (1898-1936), foi a peça escolhida pelo grupo Os Satyros para celebrar a sua (r)existência de 35 anos. Em esquema inédito na capital paulistana, a adaptação da obra traz três formatos ao público, com revezamento de elenco entre as sessões, podendo, até mesmo, os personagens serem escolhidos por voluntários da plateia durante a apresentação de elenco misto.

Durante a temporada, o espetáculo apresenta sessões com elenco masculino – onde atores homens interpretam as personagens principais da história e atrizes mulheres fazem o coro -, sessões com elenco feminino – onde atrizes mulheres interpretam as personagens principais da história e atores homens fazem o coro – e também sessões mistas.

Nestas últimas, é permitido a duas pessoas da plateia se voluntariarem para junto a um mediador ficarem frente ao público e serem questionados sobre a preferência para a interpretação dos personagens naquela sessão, sendo o elenco, então, formado por decisão do público. Os formatos das sessões são definidos e divulgados pela companhia. Confira no final da matéria a relação dos próximos espetáculos.

 

REFLEXÃO SOBRE GÊNERO
A nova versão de A Casa de Bernarda Alba estreou no mês de julho no Sesc 14 Bis. Desde 31 de agosto, a peça está em cartaz na sede da companhia, na Praça Roosevelt, onde permanece até o próximo dia 10 de novembro. As sessões acontecem entre quinta e domingo.

A peça foi escrita originalmente em 1936, poucos meses antes da morte do autor. O enredo trata da obra e vida de Bernarda Alba, uma mulher autoritária e controladora, que vive com suas cinco filhas em uma casa na Espanha rural, após a morte de seu segundo marido, que desencadeia um período de luto de oito anos.

Durante este tempo, as mulheres são proibidas de sair de casa ou se relacionar com homens, tornando o ambiente opressivo. Esta série de tensões é o pano de fundo para rivalidades e conflitos que surgem entre as irmãs que anseiam por liberdade e amor. Dessa vez, o espetáculo ganha, como novidade, as três formações e com isso, o revezamento das versões de elenco, que oferecem, assim, uma perspectiva única sobre os temas abordados.

Este posicionamento sobre gêneros possibilita uma reinterpretação dos papéis das personagens, abrindo espaço para novas leituras sobre o enraizamento do patriarcado em nossa sociedade, proporcionando uma reflexão mais aprofundada sobre o conservadorismo, o machismo estrutural e o lugar imposto ao feminino. A montagem, sob direção de Rodolfo Garcia Vázquez, fundador da companhia, ao lado de Ivam Cabral, traz uma abordagem contemporânea à obra.

A Casa de Bernarda Alba mergulha nas complexidades das relações familiares e sociais, abordando assuntos como poder, repressão, desejo e liberdade. A peça tem direção de Rodolfo García Vázquez, cofundador da companhia criada em 1989.

 

A peça está em cartaz na sede da companhia, na Praça Roosevelt, e permanece até o dia 10 de novembro/ Fotos: Divulgação/ Tai Zatolinni

 

FORMATO DOS PRÓXIMOS ESPETÁCULOS
18 de outubro – Feminino

19 de outubro – Misto

20 de outubro – Masculino

25 de outubro – Misto

26 de outubro – Feminino

Novembro

01 de novembro – Feminino

02 de novembro – Masculino

03 de novembro – Misto

08 de novembro – Masculino

09 de novembro – Misto

10 de novembro – Feminino

 

Fonte: CARAS

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