“Teatro de Grupo em Tempos de Ressignificação”, um livro histórico

Obra de 876 páginas faz levantamento inédito e apresenta história, repertório e processos criativos de mais de 330 companhias teatrais do interior e litoral.
O livro “Teatro de Grupo em Tempos de Ressignificação: Criações Coletivas, Sentidos e Manifestações Cênicas no Estado de São Paulo” é o segundo volume publicado pelo selo Lucias sobre a produção teatral paulista. A publicação tem organização de Ivam Cabral, diretor executivo da SP Escola de Teatro, ao lado de Alexandre Mate, Elen Londero e Marcio Aquiles. Trata-se de uma edição da Associação dos Artistas Amigos da Praça (ADAAP), organização social responsável pela criação e gestão da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.

Se o primeiro volume, contemplado com o Prêmio Especial APCA 2021, focava no sujeito histórico teatro de grupo na capital e na Grande São Paulo, esta nova publicação tem como escopo o interior e o litoral do Estado. Uma rede de 50 pesquisadores mobilizou artistas e grupos de todas as regiões administrativas para compor a inédita cartografia teatral desses territórios. A edição conta com textos que descrevem a história, os processos criativos, as principais referências estéticas, parcerias e pedagogias de 335 coletivos. Esse material é complementado por artigos teóricos de acadêmicos e pesquisadores que têm esse fenômeno como objeto de estudo.

“Foi um trabalho hercúleo, como se pode perceber neste livro de quase 900 páginas, realizado graças ao esforço coletivo da ADAAP e essa maravilhosa trama de acadêmicos, artistas e grupos que conseguimos unir. Foram quase três anos de pesquisa, agora finalmente materializados nesta linda edição”, afirma Ivam Cabral, diretor executivo da SP Escola de Teatro.

Em seu texto de apresentação para o livro, Marília Marton, Secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, destaca a relevância do tema: “É importante atentarmos que a existência dessas companhias representa não apenas um capital cultural simbólico – o que já seria suficiente – para o nosso povo, como também um ativo econômico poderoso. Seja nas ruas ou em grandes teatros, pequenos espaços culturais ou na praia, essas trupes movimentam a indústria criativa de seus respectivos territórios. São atores, cenógrafos, iluminadores, figurinistas, produtores, sonoplastas, técnicos de palco, jornalistas e assessores de imprensa, bilheteiros, recepcionistas e pipoqueiros que, por capilaridade, envolvem também os setores de alimentos e do turismo, só para citar os campos mais conhecidos”.

Uma característica central do sujeito histórico teatro de grupo retratado neste livro é que esses coletivos tomam a linguagem teatral como ponto de partida para experiências sociais de trocas significativas, propondo um objeto estético-histórico-social que se insere em suas respectivas comunidades geográficas e simbólicas. São grupos enraizados em seus tempos e territórios. Em seu texto introdutório, o professor Alexandre Mate aponta: “Os coletivos não se formam (o que seria significativo, também) para montar um espetáculo, trata-se de uma formação que vislumbra um caminhar utópico, mas pensado/tido a partir de estratagemas que aprofundem a relação entre si e com o público. Nesse processo, posto que sempre foi fruto de intencionalidades e de discussão (interna e externa, constantes), os caminhos estão atentos quanto às questões gerais e àquelas de formação e de natureza ética, técnica, pedagógica, política e estética”.

Por fim, a obra retrata também, de forma indireta, um período complicado para as companhias teatrais, uma vez que os textos foram escritos durante momentos críticos da pandemia, o que inevitavelmente influenciou nos temas abordados e no retrato do cotidiano dos coletivos na época. Assim, as dificuldades técnicas e econômicas dos grupos e a migração temporária para o teatro digital foram conteúdos incontornáveis. Depois do livro contemplando o teatro de grupo na capital e Grande SP e deste livro contemplando todo o estado, o próximo grande projeto do Selo Lucias será mapear os grupos de todas as capitais brasileiras.

 

Serviço
Lançamento do livro “Teatro de Grupo em Tempos de Ressignificação: criações Coletivas, Sentidos e Manifestações Cênicas no Estado de São Paulo”. Organização: Alexandre Mate, Elen Londero, Ivam Cabral e Marcio Aquiles. Editora: Selo Lucias/ADAAP. Dia 4 de outubro, às 19h. Local: SP Escola de Teatro – Unidade Roosevelt (Praça Roosevelt, 210 – Consolação / São Paulo-SP). Com a presença da Secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas Marilia Marton, do diretor da SP Escola de Teatro Ivam Cabral e convidados. Entrada franca e com distribuição gratuita do livro para os presentes. Posteriormente, o livro será disponibilizado para download gratuito no site da SP Escola de Teatro.Lançamento do livro “Teatro de Grupo em Tempos de Ressignificação: criações Coletivas, Sentidos e Manifestações Cênicas no Estado de São Paulo”. Organização: Alexandre Mate, Elen Londero, Ivam Cabral e Marcio Aquiles. Editora: Selo Lucias/ADAAP. Dia 4 de outubro, às 19h. Local: SP Escola de Teatro – Unidade Roosevelt (Praça Roosevelt, 210 – Consolação / São Paulo-SP). Com a presença da Secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas Marilia Marton, do diretor da SP Escola de Teatro Ivam Cabral e convidados. Entrada franca e com distribuição gratuita do livro para os presentes. Posteriormente, o livro será disponibilizado para download gratuito no site da SP Escola de Teatro.

 

Fonte: Resenhando

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