SP Escola de Teatro lança livro que propõe novo olhar descentralizado para o teatro brasileiro

Mestre em Teatro pela ECA/USP e pesquisador da linguagem teatral, Alexandre Mate assina organização de livro, volume de quase 800 páginas com dezenas de artigos que compõem um novo panorama das artes cênicas no Brasil

M. Antunes

Gazeta da Semana

Selo Lucias

A SP Escola de Teatro, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela Associação dos Artistas Amigos da Praça (ADAAP), lança no dia 19 de junho, às 19h, o livro “Breves Apontamentos Sobre o Teatro Das_Nas_Pelas_Periferias”, com organização de Alexandre Mate, professor da pós-graduação da Unesp e pesquisador da linguagem teatral. O livro, de quase 800 páginas e produzido entre 2020 e 2024, traz um estudo meticuloso de historiografia teatral no Brasil, propondo um outro e polifônico olhar sobre as artes cênicas nacionais para além das capitais paulista e fluminense, buscando um diálogo, como manifesta o título do livro, das, nas e pelas periferias.

“Desde o início de meus estudos, ouvi a tese segundo a qual não havia uma história do teatro brasileiro, sim algumas panorâmicas cujos epicentros estavam fundamentalmente nas cidades de São Paulo e Rio. Isso sempre me provocou e esteve presente em minhas estruturas de pensamento e trabalho militante. Com este livro, cuja criação foi partilhada e coletiva, acredito ter ampliado uma possibilidade de compreensão, entendimento e conhecimento de um olhar descentralizado da historiografia das artes cênicas nacionais”, explica Alexandre Mate.

São dezenas de artigos, feitos a partir da colaboração de quase 300 pessoas de 15 estados e 26 cidades distintas, representando diferentes instituições e coletivos teatrais. Há partes no livro sobre grupos fundantes da artes cênicas nacionais (como Oficina e Ventoforte); sobre ícones do passado (como Heleny Guariba, Bibi Ferreira); e partes sobre destacados artistas contemporâneos, como as dramaturgas Maria Shu e Dione Carlos, ambas formadas na SP Escola de Teatro. Na apresentação do livro, Marilia Marton, secretaria de estado da Cultura, Economia e Indústria Criativas, ressalta: “Esta publicação não é apenas um compêndio acadêmico, é uma viagem pelas histórias e pelos processos criativos de coletivos e artistas que têm moldado o cenário teatral contemporâneo, além de ser um testemunho da força do teatro épico e das formas populares de cultura, que juntos formam o coração pulsante das nossas comunidades”.

Ivam Cabral, diretor-executivo da SP Escola de Teatro, e Marcio Aquiles, assessor de relações internacionais, analisam: “Aqui não está em jogo ‘apenas’ a construção de ‘novas’ referências estéticas decolonizadas, porque o que se realiza, no âmbito geral, é a desconstrução da própria noção de modelo”. O lançamento acontece no hall da unidade Roosevelt da SP Escola de Teatro. O livro será distribuído gratuitamente e também será disponibilizado para leitura e download na página do Selo Lucias.

 

Sobre Alexandre Mate
Alexandre Mate é mestre em Teatro pela ECA/USP e doutor em História Social pela FFLCH/USP. É professor aposentado dos cursos de Bacharelado e Licenciatura do Instituto de Artes da Unesp. Atualmente, é professor-pesquisador do Programa de Pós-graduação da mesma instituição, além de ser integrante de inúmeras pesquisas que dizem respeito ao teatro de grupo.

 

Sobre o Selo Lucias
O selo Lucias é uma iniciativa da Associação dos Artistas Amigos da Praça (ADAAP). Tem como programa editorial a publicação de livros no campo das artes (teatro, dança, cinema e literatura), da pedagogia, das ciências sociais e da psicanálise. Homenageia, na raiz de seu nome, a professora, jornalista e gestora cultural Lucia Camargo (1944-2020), que foi coordenadora da Escola, e o expande ao plural, pela vocação da ADAAP pela coletividade e pelo múltiplo. O grupo que compõe a coordenação editorial do selo é composto por Ivam Cabral (diretor-executivo), Beth Lopes, Elen Londero e Marcio Aquiles. Entre as publicações do Selo Lucias, estão os volumes “Teatro de Grupo” e “Teatro de Grupo em Tempos de Ressignificação” e os livros “Memórias do Cine Bijou” (Marcio Aquiles), “Athos Abramos – O Crítico Reencontrado” (Alcione Abramo e Jefferson Del Rios – Org.) e três volumes do Prêmio Solano Trindade de novas dramaturgias negras.

 

Fonte: Gazeta da Semana

Post criado 610

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Posts Relacionados

Comece a digitar sua pesquisa acima e pressione Enter para pesquisar. Pressione ESC para cancelar.

De volta ao topo