Satyrianas 2023 tem como tema Re_existir no Zé-Fênix, em homenagem a José Celso Martinez Correa, e sessão de abertura no Teatro Oficina
A Satyrianas 2023 terá mais de 400 atrações, com 86 horas ininterruptas de programação – das 10h da manhã do dia 12 de outubro até meia-noite do dia 15 – em 12 locais da cidade. Entre eles, Espaço dos Satyros, Cine Satyros Bijou, SP Escola de Teatro, Parlapatões, Presidenta, Galeria Olido, Teatro de Garagem, Gambiarra, Parque Augusta, Cia Ator, Teatro Oficina e Tenda na Praça Roosevelt. Tudo de graça ou no esquema pague quanto puder.
O tema desta edição, a 24ª da Satyrianas, Re_existir no Zé-Fênix homenageia o encenador brasileiro José Celso Martinez Corrêa. A cerimônia de abertura será realizada no Teatro Oficina, nesta quarta-feira, dia 11, às 19h, seguida pela apresentação especial de Bailado do Deus Morto.
Após um ano de intensa polarização política e desafios à democracia, que culminaram na tentativa de golpe de estado, o país entrou em uma nova fase política de estabilidade democrática e é nesse espírito que o Festival Satyrianas celebra a diversidade artística brasileira e reúne atrações de teatro, dança, cinema, performance, espetáculos infantis, contação de histórias, leituras dramáticas e espetáculos presenciais e online. São trabalhos de artista de todas as regiões do Brasil. “Será a grande festa dos artistas em homenagem à população de São Paulo”, diz Ivam Cabral, um dos criadores do Satyrianas.
O Festival Satyrianas presta, assim, uma merecida homenagem ao artista, celebrando sua vida e legado. Seu compromisso inabalável com a liberdade artística, sua ousadia em desafiar normas sociais e seu papel fundamental na transformação do teatro brasileiro tornam-no uma figura inigualável na história cultural do país. José Celso Martinez Correa vai continuar a inspirar e a re-existir em futuras gerações de artistas, deixando sua marca indelével no mundo das artes cênicas. A Satyrianas 2023 honra seu imenso talento e sua dedicação incansável à busca da verdade e da expressão artística autêntica.
Zé Celso, uma lenda do teatro
José Celso Martinez Correa foi um renomado dramaturgo, diretor e ator brasileiro cuja contribuição foi fundamental para o teatro brasileiro. Nascido em 1937, em Araraquara, São Paulo, sua jornada artística é uma das mais inspiradoras da cultura brasileira. Formação e início de Carreira: José Celso estudou advocacia e se tornou parte ativa do movimento estudantil. Sua paixão pelo teatro o levou a fundar o icônico Teatro Oficina em 1958, um espaço que se tornaria um farol para a experimentação teatral e a vanguarda artística no Brasil.
O Teatro Oficina se destacou como um bastião da resistência cultural durante os anos de ditadura militar no Brasil, promovendo peças provocadoras e políticas que desafiaram as convenções sociais e artísticas. Peças como ¨O Rei da Vela¨ (1967) “Roda Viva” (1968), ¨Os Sertões) (2004), entre outras, são marcos da história do teatro brasileiro e provocaram controvérsias profundas em seu lançamento. ¨O Rei da Vela¨ foi uma das principais referências para o movimento tropicalista nas artes brasileiras da década de 1960.
Satyrianas: a festa democrática do teatro
A primeira edição da Satyrianas ocorreu em 1991, quando Os Satyros viviam no Brasil. Naquela ocasião, o festival foi concebido como uma grande festa teatral, em que o público poderia assistir a qualquer dos espetáculos participantes do festival no esquema do ingresso consciente (¨pague quanto quiser¨), tornando-se assim um evento democrático para todos os tipos de público. Depois de um período na Europa, Os Satyros retornam à Praça Roosevelt em 2000 e desde então o Festival se tornou um evento anual onde milhares de espectadores podem curtir 4 dias ininterruptos de teatro. Atualmente, As Satyrianas fazem parte do Calendário Cultural Oficial do Município e do Estado.
Para este ano, o Festival recebeu mais de 700 inscrições de artistas de todas as regiões do país, nas mais diversas áreas: teatro, cinema, música, circo, literatura, dança, cinema, contação de histórias, entre outros. O público estimado será de 40 mil pessoas nos quatro dias.
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Fonte: A Vida no Centro