Eu tenho aceitado poucos convites para falar sobre psicanálise. Tenho me dedicado mais à escrita do que à fala. Nos últimos anos, escrevi alguns artigos que foram editados em revistas mundo afora. Digo “pelo mundo” porque, recentemente, publiquei um artigo sobre Beckett e a psicanálise na Polônia, o que achei bastante curioso.
Por outro lado, tenho passado muito tempo na clínica, e acredito que ali é o meu lugar de pertencimento. No entanto, o convite tão honroso da Elen Londero e do Bartholomeu de Haro foi irresistível, e por isso estou aqui, para falar sobre Hello, Édipo (Panótico Foucault), a peça da Companhia Veneno do Teatro, que revisita o mito grego de Édipo. Escolhi falar da “metáfora da encruzilhada”, um tema que considero central no mito e no espetáculo.