Prêmio Shell de Teatro anuncia os indicados da 33ª edição

Entre os destaques está “Ficções”, monólogo com Vera Holtz, e “Sem Palavras”, espetáculo da Companhia Brasileira de Teatro, ambos com cinco indicações

O Prêmio Shell de Teatro acaba de divulgar os indicados da sua 33ª edição. A premiação contempla espetáculos que fizeram temporada no Rio de Janeiro e em São Paulo fora do período da pandemia, ou seja entre 1° de janeiro e 31 de março de 2020 e 1° de abril a 31 de dezembro de 2022. A cerimônia de entrega acontece em 21 de março, no Rio.

Neste ano, o Shell conta com um regulamento especial devido à crise sanitária e houve modificações no júris carioca e paulistano. Os novos nomes são Leandro Santanna (produtor cultural, gestor público e ator) e Paulo Mattos (curador e produtor cultural) no Rio de Janeiro e Luh Maza (dramaturga, diretora, roteirista e atriz) em São Paulo.

Outra novidade é que a categoria Inovação passa a se chamar Energia que Vem Da Gente, premiando iniciativas culturais de impacto social positivo. Da capital paulista, alguns dos indicados são a Cia Munguzá de Teatro, pelas ações de acolhimento da população da Cracolândia, no Centro, e o coletivo Os Satyros, de Ivam Cabral, pelo projeto A arte de enfrentar o medo, que reuniu artistas de vários países simultaneamente em uma espetáculo virtual durante a pandemia.

Os destaques deste ano foram as peças Ficções, monólogo de Rodrigo Portella com Vera Holtz, que entrou em cartaz no mês passado na capital, após temporada no Rio, e Sem Palavras, da Companhia Brasileira de Teatro, que mistura dança, música e performance, que teve estreia em janeiro do ano passado. Ambas acumulam, cada uma, cinco indicações, entre melhor direção, dramaturgia e atriz.

As homenageadas da 33ª edição são Léa Garcia, que completa 90 anos em 2023, expoente do TEN – Teatro Experimental do Negro, com diversos trabalhos no teatro e na televisão, e Teuda Bara, fundadora de uma das maiores companhias do país, o mineiro Grupo Galpão.

Confira abaixo a lista completa de indicados:

Seleção do júri de São Paulo

DRAMATURGIA

Dione Carlos por Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos
Soraia Costa por Sete Cortes até Você
Ronaldo Serruya por A Doença do Outro
Viviane Dias por Tarsila ou A Vacina Antropofágica
Lucas Moura por Desfazenda – Me Enterrem Fora Desse Lugar
Paola Prestes por Bata Antes de Entrar

 

DIREÇÃO

Miguel Rocha por Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos
Lázaro Ramos e Tatiana Tibúrcio por O Método Grönholm
Ruy Cortez e Marina Nogaeva Tenório por A Semente da Romã e As Três Irmãs
José Fernando Peixoto de Azevedo por Um Inimigo do Povo
Janaina Leite por A História do Olho – Um Conto de Fadas Pornô-noir
Rogério Tarifa por O Que Nos Mantém Vivos?

 

ATOR

Clayton Nascimento por Macacos
Paulo Marcello por O Fazedor de Teatro
Rodrigo Pandolfo por F.E.T.O (Estudos de Doroteia Nua Descendo a Escada)
Luis Lobianco por O Método Grönholm
Odilon Wagner por A Última Sessão de Freud
Zécarlos Machado por Papa Highirte

 

ATRIZ

Verónica Valenttino por Brenda Lee e o Palácio das Princesas
Assucena por Mata Teu Pai – Ópera Balada
Ana Lucia Torre por Longa Jornada Noite Adentro
Sara Antunes por Anjo de Pedra
Clara Carvalho por Um Inimigo do Povo
Laila Garin por A Hora da Estrela ou O Canto da Macabéa

 

CENÁRIO

Fabio Namatame por A Última Sessão de Freud
Daniela Thomas e Felipe Tassara por Molly Bloom
Bira Nogueira por Meu Reino por um Cavalo
Luiz André Charubine e Mandy por Pérsia
Zé Henrique de Paula por Sweeney Todd
Chris Aizner por Outono, Inverno ou O Que Sonhamos Ontem

 

FIGURINO

Claudia Schapira por Na Solidão dos Campos de Algodão
Marichilene Artisevskis por Mary Stuart
Karen Brusttolin por Gaslight, uma Relação Tóxica
Anne Cerutti por Consentimento
João Pimenta por F.E.T.O (Estudos de Doroteia Nua Descendo a Escada)
Silvana Marcondes por Nzinga

 

ILUMINAÇÃO

Wagner Pinto por F.E.T.O (Estudos de Doroteia Nua Descendo a Escada)
Cesar Pivetti por Brilho Eterno
Aline Santini por Na Solidão dos Campos de Algodão
Cibele Forjaz por Altamira 2042
Wagner Antonio por Com os Bolsos Cheios de Pão
Wagner Freire por Mary Stuart

 

MÚSICA

Marco França pela direção musical de Tatuagem
Tom Zé e Maria Beraldo pela música de Língua Brasileira
Alisson Amador, Amanda Abá, Denise Oliveira e Jennifer Cardoso pela execução musical em Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos
Dani Nega, Eugênio Lima e Roberta Estrela D’Alva pela direção musical de Hip Hop Blues
Felipe Botelho, Amanda Ferraresi, NBKE e Wallie Ruy pela execução musical em Wonder – Vem pra Barra Pesada
Dan Maia pela música de Tebas

 

ENERGIA QUE VEM DA GENTE

Éssa Companhia de Teatro, pelo trabalho com a comunidade de São Miguel Paulista, no extremo da Zona Leste, que resultou no espetáculo Ensaio para dois perdidos.

Coletivo 302, pela valorização da ancestralidade em Cubatão, na baixada santista, refletindo sobre a herança socioambiental da época em que era a cidade mais poluída do mundo, expressa de maneira contundente no espetáculo Vila Parisi.
Rede de Leituras, pela importante reunião de profissionais do teatro para fomentar e difundir a dramaturgia contemporânea em tempos pandêmicos.
Cia Munguzá de Teatro, por suas ações artísticas e sociais acolhendo a população da Cracolândia e seu entorno durante a pandemia de Covid-19.

CATS (Coletivo de Artistas Transmasculines), pela pesquisa histórica e ações de visibilidade e inclusão dos artistas transmasculines no Brasil.

Os Satyros, pelo projeto A arte de enfrentar o medo, reunindo simultaneamente artistas de vários países dos cinco continentes e fomentando a experimentação de formatos digitais durante a pandemia.

 

Seleção do júri do Rio de Janeiro

DRAMATURGIA

Henrique Fontes e Vinicius Arneiro por Peça de Amar
Gilson Barros por Riobaldo
Cecilia Ripoll por Pança
Elisandro de Aquino por Eu Amarelo
Rodrigo Portella por Ficções
Marcio Abreu e Nadja Naira por Sem Palavras

 

DIREÇÃO

Renata Tavares por Nem Todo Filho Vinga
Enrique Diaz e Marcio Abreu por O Espectador
Rodrigo Portella por Ficções
Paulo de Moraes por Neva
Marcio Abreu por Sem Palavras
André Paes Leme por A Hora da Estrela ou O Canto da Macabéa

 

ATOR

Reinaldo Junior por O Grande Dia
Milton Filho por Joãosinho e Laíla: Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia
Cridemar Aquino por Joãosinho e Laíla: Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia
Gilson Barros por Riobaldo
Fábio Osório Monteiro por Sem Palavras
Mario Borges por A Última Ata

 

ATRIZ

Ana Carbatti por Ninguém Sabe Meu Nome
Vera Holtz por Ficções
Vilma Melo por Mãe de Santo
Andrea Beltrão por O Espectador
Vitória Jovem Xtravaganza por Sem Palavras
Vini Ventania Xtravaganza por Sem Palavras

 

CENÁRIO

J.C. Serroni por Morte e Vida Severina
André Curti e Artur Luanda Ribeiro por Enquanto Você Voava, Eu Criava Raízes
João Marcelino por Candeia
Bia Junqueira por Ficções
Cachalote Mattos por Turmalina 18 – 50
Erick Saboia e Marcio Meireles por Do Outro Lado do Mar

 

FIGURINO

Wanderley Gomes por Vozes Negras: A Força do Canto Feminino
João Pimenta por Ficções
Ticiana Passos por Enquanto Você Voava, Eu Criava Raízes
Julia Vicente e Gabriel Vieira por Peça de Amar
Marie Salles por O Espectador

 

ILUMINAÇÃO

Cesar de Ramires por “Morte e Vida Severina”
Artur Luanda Ribeiro por “Enquanto Você Voava, Eu Criava Raízes”
Gabriel Fontes Paiva e André Prado por “Um Precipício no Mar”
Alexandre Gomes por “A Jornada do Herói”
Maneco Quinderé por “Neva”
Fernanda Mantovani por “Caim”

 

MÚSICA

Jorge Maya pela direção musical de Luiza Mahin… Eu Ainda Continuo Aqui
Itamar Assiere pela direção musical de Morte e Vida Severina
Chico Cézar pela direção musical de A Hora da Estrela ou O Canto da Macabéa
Ananda K pela direção musical de Candeia
Claudia Eliseu e Wladimir Pinheiro pela direção musical de Vozes Negras: A Força do  Canto Feminino
Azullllll pela direção musical de Cão Gelado

 

ENERGIA QUE VEM DA GENTE

Companhia Cria do Beco, baseada no Complexo da Maré, pelo espetáculo Nem Todo Filho Vinga, que traduz para a contemporaneidade de modo complexo e eletrizante o conto Pai contra Mãe, de Machado de Assis, possivelmente o maior libelo antirracista da história da literatura brasileira.
Associação de Produtores de Teatro do Rio de Janeiro (APTR), pela campanha de arrecadação realizada durante a pandemia, que ajudou inúmeros profissionais do teatro a sobreviverem materialmente, e também por ter sido fundamental na luta para a aprovação no Congresso Nacional das leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc.
Cia de Mystérios e Novidades, por fomentar há 40 anos um teatro marcado pela diversidade e multiplicidade e, mais recentemente, por ter criado sua Escola Sem Paredes, um complexo de espetáculos, performances, cortejos, intervenções urbanas, exposições, aulas, seminários, oficinas e atividades socioculturais fundamentais para a ocupação do território da zona portuária do Rio de Janeiro e para o enriquecimento do calendário cultural da cidade.
Pandêmica Coletivo, por seu pioneirismo em criar uma plataforma online durante a pandemia, possibilitando a colaboração continuada entre artistas de diversas partes do Brasil, a experimentação de novos recursos na produção teatral online e difusão desses novos trabalhos.

 

Fonte: Veja SP

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