Após lançamento do coletivo durante o Festival Satyrianas 2024 na Praça Roosevelt, grupo inicia exibição de filmes e debates em 16/2
Criado em 2024 para unir psicanalistas advindos de percursos diversificados de formação e dispostos a debater psicanálise e arte em suas articulações criativas e transformadoras, o Coletivo Cinema e Psicanálise nas Brechas começa suas atividades de 2025 no dia 16 de fevereiro, no Cine Satyros Bijou.
A partir das 11h, o coletivo exibe o filme “Por Trás dos Fronts: resistências e resiliências na Palestina”, documentário de 2017 de Alexandra Dols. Depois, haverá um debate com a cineasta e ativista política Rawa Alsagheer e a psicanalista e membro do coletivo Desorientalismos Ana Gebrim, com mediação de Roberta Kehdy, psicanalista e membro do Coletivo Cinema e Psicanálise nas Brechas.
Entre as criadoras do Coletivo Cinema e Psicanálise nas Brechas está a professora doutora Isildinha Baptista Nogueira, pensadora brasileira, psicanalista e também presidente do conselho administrativo da Associação dos Artistas Amigos da Praça (ADAAP), organização social que gere desde 2009 a SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco.
O ciclo de exibição de filmes e debates do coletivo tem agenda marcada até agosto no Cine Satyros Bijou, que apoia o projeto ao lado da SP Escola de Teatro.
“Escolhemos o cinema como ponto de partida de um projeto para encontros e construções dialógicas, pela especial condição que a sétima arte tem de nos fazer experienciar emoções em roteiros de histórias diversas”, diz o Coletivo.
Serviço
16/02, às 11h
Filme: “Por Trás dos Fronts: Resistência e Resiliência na Palestina” (Alexandra Dols, 2017), seguido de debate com Rawa Alsagheer, Ana Gebrim e Roberta Kehdy.
Cine Satyros Bijou – Sala Patricia Pillar. Praça Roosevelt, 172. Consolação.
Sobre o Coletivo Cinema e Psicanálise nas Brechas
A psicanálise nasce a partir das brechas de uma concepção de mundo positivista, incapaz de leituras acerca do que não podia ser posto em palavras, o não dito do maldito social. Daí a ideia de formação de um coletivo com pessoas advindas de vários percursos de formação e com diversificadas filiações institucionais dentro da psicanálise, todas comprometidas com uma escuta do que segue não dito, numa reprodução do sempre assim das coisas. Uma psicanálise comprometida, portanto, com as leituras antirracistas, decoloniais, interseccionais, não falocêntricas e, tampouco, patriarcais ou sexistas. Atenta às demandas do nosso tempo e território, da nossa Améfrica Ladina, para usar termo cunhado pela ativista e intelectual afrobrasileira Lélia Gonzalez.
Tomando a arte como forma de acessar subjetividades e diferentes modos de ser e existir num sistema atravessado por ideologias que não sustentam o esperançar humano; o fazer artístico passa a ser a possibilidade de sonhar e criar novas saídas para um devir não ancorado na violência de toda ordem, que enfraquece laços e dificulta a criação de políticas inclusivas. Por isso, acreditamos que arte e psicanálise se articulam na potência criativa e transformadora de realidades. Escolhemos o cinema como ponto de partida de um projeto para encontros e construções dialógicas, pela especial condição que a sétima arte tem de nos fazer experienciar emoções em roteiros de histórias diversas. Nos permitindo, assim, refletir sobre nosso papel enquanto psicanalistas nos cuidados com a diversidade da condição humana. Acolhido que fomos pelo Cine Satyros Bijou, na sala Patricia Pilar, não poderíamos sonhar com espaço mais adequado, um espaço singular que se define como “bunker de resistência (…) um espaço de trocas e conexões”, território onde circula a multiplicidade cultural e existencial característica do nosso povo.