A trajetória e os impactos artísticos, pedagógicos, urbanísticos e sociais da atuação d’Os Satyros, uma das mais relevantes companhias teatrais brasileiras das últimas décadas, são o tema de Os Satyros: teatricidades – experimentalismo, arte e política, novo lançamento das Edições Sesc São Paulo. A coletânea de artigos de pesquisadores e jornalistas, organizada pelo crítico teatral Marcio Aquiles, traz reflexões sobre as práticas artísticas, as proposições pedagógicas e as atividades socioculturais do grupo, que desenvolveu um teatro marcado pela transgressão e pelos valores da alteridade e da liberdade. Uma seleção de imagens dos diversos espetáculos e de críticas jornalísticas complementam os textos de Kil Abreu, Marici Salomão, Miguel Arcanjo Prado, Beth Lopes, Silas Martí e o casal norte-americano Dana e Ricky Young-Howze. O lançamento acontece no dia 7 de agosto, quarta-feira, a partir das 19h30, no Sesc 14 Bis, com bate-papo entre o organizador Marcio Aquiles e o ator e cofundador da Cia de Teatro Os Satyros, Ivam Cabral, com mediação de Silas Martí. O bate-papo será seguido por sessão de autógrafos.
Fundada em 1989 pelo ator, escritor e promotor cultural Ivam Cabral e pelo diretor teatral Rodolfo García Vázquez, a companhia Os Satyros está sediada desde o ano 2000 na Praça Roosevelt, no centro de São Paulo. Um dos principais temas do livro é a relação dos Satyros com o território urbano e as transformações na região central. Com uma rica história na vida cultural e boêmia de São Paulo, na virada do século, a Roosevelt estava degradada e era considerada um local perigoso, marcado pela prostituição e tráfico de drogas. Lá, Cabral e Vázquez abriram seu primeiro espaço, “que movimentou a vida noturna por meio de espetáculos realizados e de seu café-bar, em pouco tempo transformado em ponto de encontro de artistas e intelectuais”, lembra o organizador Marcio Aquiles. A partir da experiência d’ Os Satyros, outros grupos teatrais chegaram à praça, como os Parlapatões, em 2006. Após a chegada deles, surgiu a Associação dos Artistas da Praça (Adaap), a SP Escola de Teatro e também houve o renascimento do Cine Bijou.
Teatro, cultura e urbanidade
Por essa ligação intrínseca da companhia com a cidade, o organizador decidiu abrir os capítulos temáticos com um texto sobre geografia, cultura e urbanidade, assinado pelo jornalista e crítico de arte Silas Martí, que viveu aquele espaço quando era um jovem estudante de jornalismo interessado em arte e cultura. Como sequência lógica, o capítulo seguinte, de Kil Abreu, aborda a inserção da companhia dentro do modelo estético-político denominado teatro de grupo, com destaque para a característica de criação de projetos de pesquisa continuados, que incluem, além das encenações, ações pedagógicas de longo prazo.
A importância dos Satyros no universo teatral
Os capítulos seguintes se aprofundam no processo criativo d’Os Satyros. Marici Salomão demarca algumas características da obra escrita, em sintonia com o pensamento da cena teatral contemporânea. Miguel Arcanjo Prado analisa as encenações do grupo na chave da preocupação do grupo com o elemento humano e na diversidade das pessoas que formam Os Satyros. Beth Lopes se concentra na dimensão pedagógica do grupo, e em como ela influencia a estética satyriana. Guilherme Genestreti aborda a produção dos Satyros em outros meios, como a televisão e o cinema, em especial os longas-metragens Hipóteses para o amor e a verdade e A filosofia na alcova. Por fim, os críticos norte-americanos Ricky e Dana Young-Howze contam como o grupo abraçou o teatro digital e ganhou alcance mundial durante a pandemia da Covid-19.
Em seu texto de apresentação da obra, escrito em agosto de 2023, o diretor do Sesc São Paulo Danilo Santos de Miranda (1943-2023), que fez parte do conselho da Adaap, relembra a amizade com Ivam e Rodolfo e destaca a dimensão educativa e de inclusão social do trabalho d’Os Satyros. “Como resultado dessa iniciativa, nas últimas duas décadas a praça tem sido cenário de diversos encontros, agregando públicos e artistas em torno da experiência estética — gesto que aproxima a companhia de teatro ao Sesc no que tange à proposta de ação no território, partilhada por ambos”, afirma Miranda.
Os títulos das Edições Sesc São Paulo podem ser adquiridos em todas as unidades do Sesc São Paulo, nas principais livrarias, em aplicativos como Apple Store e Google Play e também pelo portal www.sescsp.org.br/livraria
Serviço:
Evento de lançamento do livro Os Satyros: teatricidades – experimentalismo, arte e política
Dia 07 de agosto, quarta-feira, a partir de 19h
Bate-papo entre Marcio Aquiles e Ivam Cabral, com mediação de Silas Martí, seguido de sessão de autógrafos.
Biblioteca.
Todas as idades
Grátis
Sesc 14 Bis
R. Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista, São Paulo – SP, 01313-020
www.sescsp.org.br/unidades/14-bis/
Fonte: Guia do Ator