Hoje, faz sete anos que Chico apareceu em nossas vidas. Chegou no último dia de 2012, doente e precisando de cuidados; de amor, sobretudo. E eu jamais poderia imaginar que ele iria fazer uma grande revolução na minha vida. Parabéns, Chico e obrigado por todo este tempo juntos.
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Aqui, o post que escrevi na época, sobre este encontro:
CHICO SÓ QUER SER FELIZ
A história começa triste. Um labrador caramelo é abandonado doente aqui, perto de casa. Vizinhos presenciaram a cena. Um Palio preto se aproxima do nosso condomínio, um homem e uma mulher descem do carro e enxotam o pobre animal. Em seguida, partem em disparada.
O cão, cerca de um ano e meio, começa a perambular pela vizinhança e, no dia seguinte, no último dia do ano, pela manhã, chega em casa.
Não sabemos muito bem o que fazer. Percebemos que o cão está faminto. Há ração para cães em casa (da Cacilda, que muitas vezes vem passar uns tempos conosco aqui, em Parelheiros.
Colocamos água e comida e o pobre animal, faminto e cheio de sede, devora tudo com avidez.
Percebemos que há muitas feridas em seu corpo. Mas é um dia complicado. 31 de dezembro, hora do almoço, o mundo todo se preparando para as festas de réveillon.
Vamos pra internet e localizamos um hospital em Interlagos e é pra lá que levamos o pobre cãozinho.
Depois de horas intermináveis de espera (o pronto-socorro naquela tarde estava muito agitado), somos atendidos. Curioso é que, na chegada ao hospital, precisamos preencher uma ficha. A atendente colhe meus dados pessoais e quando pergunta o nome do animal e respondemos, meio no susto mesmo:
— Chico.
A médica veterinária, ao examiná-lo, descobre que Chico tem miíase — uma infestação na pele produzida por larvas de moscas. Está febril e desidratado.
Depois de algumas horas ali, voltamos pra casa. Chico vem de banho tomado, medicado e está mais animado.
Mas Chico é um legítimo labrador, jovenzinho ainda, e não nos iludimos. Já convivemos com labradores e conhecemos bem suas vivacidades. Mas não temos coragem de deixá-lo na garagem. Afinal, ele está adoentado, é a última noite de dezembro e estamos nos preparando para os festejos da passagem do ano. Chico, então, é convidado para ficar conosco na sala de casa.
Tudo corre lindamente, Chico participa de nossa festa, interage com as pessoas, está animadíssimo. A esta altura, já não tem mais febre e está feliz.
Horas depois, quando vamos dormir, o impasse: onde? Resolvemos arriscar e arrumamos um canto para ele na sala. Colocanos ali umas almofadas, um cobertor e pedimos a Deus para que ele se comporte.
O que acontece nos dias seguintes é surpreendente.
Chico é amável e extraordinariamente educado. Dorme na sala com livros, CDs, e chinelos e, pasmem, não faz nenhum estrago.
Ainda não sei direito como esta história vai acabar. Em casa, tenho três gatos; e na SP Escola de Teatro, temos a Cacilda. Neste momento, Chico não teria espaço em minha vida. Mas, pelo andar da carruagem, também não consigo imaginar o meu mundo sem ele. O que sei, seguramente, é que o destino quis nos mostrar alguma coisa. E, conheço a lei, com destinos não se brinca.
💜
meu amor, <3