Chega de territórios apartados. Vivemos em um momento em que a união é mais necessária do que nunca. Hora de substituir o rancor e o ódio pelo amor. A pedagogia do século 21 deve ser promotora de acessos e oportunidades. Na SP Escola de Teatro, acreditamos no aprender um com o outro. Todas, todes e todos têm algo a ensinar, assim como algo a absorver, por isso promovemos a pedagogia da experiência, em que aprendemos fazendo, por meio de nossos projetos práticos.
Desde quando criamos o nosso sistema pedagógico, o objetivo era superar a pedagogia tecnicista e estimular uma pedagogia crítica, solidária, em que a estética necessariamente tem que ser colocada lado a lado com a ética. É o zelo e o cuidado com as relações educacionais – e, por que não, afetivas – que nos fazem transcender como educadores e como estudantes.
Se a modernidade é esférica, a vida contemporânea é multidimensional. Temos que desconstruir noções simplificadoras como norte e sul, oriente e ocidente, dominador e oprimido. Temos que trabalhar com as questões de forma horizontal. É um reconhecimento necessário para quem quiser estar antenado e comprometido com geopolítica democrática, o pensamento decolonial e a igualdade plena de direitos.
Também no teatro, todas as questões sociais e culturais devem ser colocadas e problematizadas a todo momento. Alteridade e respeito são nossos postulados mais fundamentais. Como dizemos sempre, é o teatro que deve dizer como será a nossa pedagogia, e não o contrário.
Assim, promovendo a confraternização de nossos povos, damos início à Semana de Pedagogia Teatral Ibero-americana, coprodução da SP Escola de Teatro, da MT Escola de Teatro e do Centro de Estudos Arnaldo Araújo, de Portugal. Teremos tanto mesas específicas sobre o ensino de diferentes áreas das artes do palco, tais como dramaturgia e iluminação, quanto encontros sobre a reverberação do teatro na sociedade, com mesas sobre teatro comunitário, políticas de subjetivação e a expansão de fronteiras estéticas.
O evento também se caracteriza como uma primeira ação da APS (Artes Performativas e Sociedade) – Rede Ibero-Americana de Investigação e Criação, criada pela ADAAP e pelo Centro de Estudos Arnaldo Araújo, integrada por artistas, pesquisadores e acadêmicos de mais de 20 países.
Agradecemos, por fim, a todos os participantes e instituições que ajudaram a produzir este evento. Eu convido agora Maria Helena Maia, diretora do Centro de Estudos Arnaldo Araújo, do qual tenho orgulho em fazer parte do Conselho.