CUBA E PORTUGAL APORTAM NA SP ESCOLA DE TEATRO

Da esq. para a dir.: Tato Consorti, Mariana Amorin, Óscar Silva, Eugenia Alvarez, Reinol Sotolongo, Ivam Cabral, Cléo De Páris e Denise Alves (Fotos: SP Escola de Teatro/Arquivo)

por: Majô Levestein

“A SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco tem conquistado um lugar cada vez mais respeitável no universo das artes. Os intercâmbios realizados pela Instituição com escolas de todo o mundo são o reflexo do sucesso que temos desenvolvido no ensino artístico. E quando se concretizam intercâmbios, como nos casos dos cubanos Reinol e Eugenia, e da portuguesa Silvana, eles não se dão apenas no âmbito acadêmico ou de forma unilateral. É mais do que isso. Acima de tudo, são intercâmbios culturais, nos quais a troca de conhecimento se dá na sua forma mais cara – falo do entendimento que o ser humano pode ter de si mesmo. Se por um lado somos (todos) questionados sobre quem somos de fato, por outro, somos constantemente redefinidos pelo outro. Assim, com a vinda desses três aprendizes, a SP Escola de Teatro não só se torna um lugar de formação intercultural, mas também um espaço transcultural, em que a civilização se manifesta e reflete sobre si mesma”. Foi com esse discurso que Ivam Cabral, diretor executivo da SP Escola de Teatro, recebeu os novos intercambistas, que irão estudar, a partir deste semestre, na Instituição.

No encontro com a direção, eles ainda ganharam kits da Escola, ouviram algumas instruções sobre o funcionamento da Instituição e de como se deslocar por São Paulo. Durante sua estada na capital paulista, eles irão receber da Escola, por meio do Programa Kairós, coordenado pela atriz Cléo De Páris, bolsa auxílio, vale-refeição e vale-alimentação.

Fazem parte da “legião estrangeira”, os cubanos Reinol Sotolongo e Eugenia Alvarez, que irão cursar, até dezembro, respectivamente, dois módulos de Direção e Dramaturgia, e a portuguesa Silvana Ivaldi, que ficará mais tempo por aqui, para cursar os quatro módulos de Atuação.

“Minhas expectativas com relação ao aprendizado na SP Escola de Teatro são as mais diversas. O que me chama a atenção é a maneira como o método de ensino foi estruturado, bem como o prestígio e o conhecimento de cada um dos formadores da Escola. Além disso, a cultura e o teatro no Brasil são de uma riqueza e prestígio internacionais, que permitem o enriquecimento profissional dos aprendizes. Também quero conhecer mais as manifestações artísticas brasileiras, bem como a cultura em geral e ampliar minha formação teatral com esses pontos de vista diversos, já que, até agora, minha formação foi, unicamente, em escolas cubanas”, diz Reinol Sotolongo, visivelmente empolgado com a nova experiência

“Tomei conhecimento da SP Escola de Teatro por meio da diretora Sahily Moreda e do dramaturgo Reinaldo Montero, que são da Compañia Del Cuartel, de Cuba, na qual trabalho como assistente de direção e com quem a Escola tem mantido intercâmbios acadêmicos. O plano acadêmico me pareceu fascinante e de grande importância para a minha formação artística e profissional”, completa Eugenia Alvarez. Tanto ela quanto Sotolongo conhecem o teatro brasileiro por meio da Casa de Las Américas, uma instituição cultural de Cuba que promove, a cada dois anos, uma importante mostra de teatro latino-americano. “Neste festival, pude ver o trabalho da Cia. de Teatro Os Satyros e do Grupo Folias. Achei ambos maravilhosos, muito ricos”, afirma a cubana.

Já a portuguesa Silvana Ivaldi lembra que foi movida a estudar na Escola devido a um paradoxo: a proximidade inerente entre Brasil e Portugal, gerada pela História, e, ao mesmo tempo, a cultura tão distinta desses dois países. “E cá me encontro para fazer teatro. Depois de várias experiências com figurino, produção e, posteriormente, no contato direto com o público, acho que chegou a hora de experimentar um novo ponto de vista na minha formação”, diz Silvana, que confessa ser fã da nossa pequena notável, Carmen Miranda. Quanto à sua adaptação aqui nos trópicos, ela só teme uma coisa: a saudade que sentirá das azeitonas lusas.

Fonte: SP Escola de Teatro, 5 de fevereiro de 2013

Ator, roteirista e cineasta. Co-fundador da Cia. Os Satyros e diretor executivo da SP Escola de Teatro.
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