Ana Jorge faz teatro digital no Brasil e presencial em Portugal

Por Miguel Arcanjo Prado

A atriz portuguesa Ana Jorge vai estar ao mesmo tempo no teatro digital e no teatro presencial neste turbulento 2020. No Brasil, ela é uma das estrelas do elenco de A Arte de Encarar o Medo, peça digital internacional da Cia. de Teatro Os Satyros escrita por Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez e já montada em três continentes. Nela, a artista contracena com o elenco brasileiro, assumindo a personagem que foi da atriz sueca Ulrika Malmgren, atualmente na montagem africana-europeia do mesmo texto. A atriz ainda se prepara para retomar o teatro presencial em Portugal com a peça Esta É a Nossa Casa, encenação de Rui Germano para RG-Projeto de Teatro Comunitário. Ana Jorge conversou com exclusividade com o Blog do Arcanjosobre este momento de intensa produção.

Ana Jorge – A minha experiência em A Arte de Encarar o Medo mostrou-me que a peça digital é muito semelhante, em termos de processo e emoções, à presencial. No entanto, a peça presencial traz-nos o calor humano, o toque, o abraço que a digital não consegue proporcionar, mas que chegam de outros meios.
Ambas são desafios maravilhosos e cada uma com o seu encanto. Acredito que se complementam e que ambas têm espaço no mundo do teatro.

Miguel Arcanjo Prado – Qual o maior aprendizado A Arte de Encarar o Medo lhe trouxe?
Ana Jorge – Em primeiro lugar, que não há obstáculos que não possam ser contornados se a nossa força e vontade de os vencer for maior. A Arte de Encarar o Medo ensinou-me que a arte não tem limites e que não há pandemia nem nada que a pare. Em segundo, veio provar que em tempos difíceis a arte salva, cura e pode ser uma excelente terapia.

Miguel Arcanjo Prado – Como é voltar ao teatro presencial em Esta É a Nossa Casa?

Ana Jorge – É um misto de emoções. Voltar ao palco é maravilhoso, voltar a sentir a energia do palco, os cheiros, as luzes é indescritível o que se sente. Voltar ao palco em tempos de pandemia tem um sabor agridoce. Ter a sala com menos de meio da sua capacidade, o público distanciado e com máscara provoca uma certa tristeza, mas ao mesmo tempo uma esperança de que, apesar da situação que vivemos, a arte ainda sobrevive e faz-nos acreditar que tudo vai melhorar.

 

Fonte: Blog do Arcanjo

Ator, roteirista e cineasta. Co-fundador da Cia. Os Satyros e diretor executivo da SP Escola de Teatro.
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