NA SUÉCIA | Agora é o jornal Svenska Dagbladet que fala de “A Neve do Brasil – Anna, Você Pode Ficar”

Darling Desperados ressurgem com uma homenagem a si mesmos

O lendário grupo teatral independente montou sua tenda no Unga Klara – em colaboração com uma companhia brasileira de teatro.

Maina Arvas, do DN, presencia uma hora de teatro gentilmente expansiva, em que tanto a vida quanto a morte desfilam diante de nós.

 

por Maina Arvas

O circo chegou à cidade! Darling Desperados, o lendário grupo independente que surgiu em Malmö em 1987 pelas mãos de Ulrika Malmgren e Katta Pålsson, renasceu com seu ar dos anos 1990 e armou sua tenda de teatro em Estocolmo.

Não, na verdade não é uma tenda. A temporada é apresentada no Unga Klara, mas as camadas de cortinas de renda suspensas livremente no espaço cênico criam um efeito sugestivo e envolvente que combina perfeitamente com um grupo conhecido por gostar de atuar em tendas de circo. Entramos no mundo de Darling Desperados.

 

Um ambiente com perfume de variedade, de schlager, canções e cenas solitárias

“A Neve do Brasil – Anna, você pode ficar” é uma homenagem sutil – e às vezes nem tão sutil – à própria história do grupo, especialmente escrita para o elenco por Ivam Cabral e Rodolfo Garcia Vázquez em colaboração com sua companhia brasileira, Os Satyros. A montagem, que teve estreia absoluta em Malmö, deve viajar pelo Brasil, Argentina e Estados Unidos.

Aqui, a vida – e talvez a morte – desfilam em uma atmosfera de variedade, com schlager, canções e cenas solitárias. Mas há também uma trama concreta, temperada por números musicais brilhantes em seu desgaste e sustentada pelas composições de Henrik Lörstad e pelos desenhos animados de Franco Veloz. Neva em uma ilha remota no Golfo de Bótnia, onde as irmãs Anna e Jonna estão sentadas em uma velha casa lembrando sua juventude no circo, oscilando entre passado e futuro.

Malmgren, suavemente solene com o cabelo rosa e uma capa de tule, e Pålsson, inclinada para a frente em um figurino punk com tons de Pippi Meialonga, se deliciam na áspera e charmosa linguagem entre irmãs, lembrando as mulheres excêntricas do documentário americano Grey Gardens (1975).

 

Há longos momentos e instantes que se arrastam, às vezes com uma sensação interna demais

Staffan Göthe está perfeito como Lady, uma drag queen frágil e feroz, com fervor político em sua voz profunda e frases poéticas sobre erros pessoais – “caretas engraçadas no jogo da vida”. Bengt Braskered encarna com inteligência o vizinho desprezado e ressentido, Hannes, que quer impedir os planos de Anna de deixar a ilha e voltar ao show business.

Há longos momentos e pausas excessivas, às vezes uma sensação interna demais. No conjunto, porém, trata-se de uma hora de teatro gentilmente expansiva sobre comportamentos humanos e sonhos.

Sobre ser apaixonado ou obcecado, realista ou iludido, medroso ou corajoso.

De: Ivam Cabral e Rodolfo Garcia Vázquez
Direção e luz: Rodolfo Garcia Vázquez. Tradução: Bianca Cruzeiro. Assistente de cenografia e adereços: Leif Persson. Figurinos: Adriana Vaz, Leticia Gomide. Música: Henrik Lörstad. Animações: Franco Veloz. Maquiagem: Eva Lena Jönsson Lunde. Oficina de movimento: Björn Vårsjö.

Elenco: Staffan Göthe, Ulrika Malmgren, Katta Pålsson, Bengt Braskered.
Local: Darling Desperados, temporada no Unga Klara em Estocolmo. Duração: 1h15.


Fonte:
Svenska Dagbladet

Ator, roteirista e cineasta. Co-fundador da Cia. Os Satyros e diretor executivo da SP Escola de Teatro.
Post criado 1976

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